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Descrição do percurso
O projetoA VIA NOVA, em especial o traçado entre o lugar de Via Cova, Amares e Baños de Rio Caldo, Lóbios, constitui um monumento excecional, um património científico, cultural, pedagógico e turístico único. A possibilidade de percorrer o caminho romano, ao longo de quilómetros, quase sem interrupções, os extensos troços de calçada, a quantidade invulgar de miliários, as ruínas de pontes sobre rios caudalosos, as pedreiras de onde se extraíam os miliários, a visibilidade da via para a envolvente, o contexto paisagístico em que se insere, formam um recurso notável. Panorâmica das encostas setentrionais da Serra de Santa Isabel; em primeiro plano, o traçado da via. Albufeira de Vilarinho das Furnas; pelo lado direito, a VIA NOVA prossegue o seu trajeto até alcançar o sítio de Albergaria.
MiliáriosOs miliários eram marcos colocados na margem das principais vias romanas, a cada mil passos (o que corresponde a 1480 metros). Conjunto de marcos da milha XXXIV (Portela do Homem).
Marcos da milha XXXI (Mata da Albergaria). O espaço em que se irá desenrolar a Ultra Via NovaA Via Nova Romana estende-se, quase sempre à mesma cota, ao longo dos contrafortes setentrionais da Serra de Santa Isabel. Desconhecemos se já na época romana o traçado da Geira foi utilizado, expressamente, com essa finalidade, mas é um facto que hoje separa o agger do saltus, nas milhas que correm entre Santa Cruz e Covide. Para o topo estendem-se, as terras de pasto, em que os matos são periodicamente aproveitados, e o coberto vegetal, renovado pelas queimadas. Logo abaixo da Geira fica a meia encosta coberta com bouças de pinheiros e castanheiros. Em redor dos aglomerados, no último terço das vertentes e no vale, ficam as terras de cultivo, distribuídas em socalcos. Nestes campos cultivam-se, atualmente, produtos hortícolas e o milho maïs. Outrora, antes da introdução do milho maïs, o milho miúdo e o linho. A maior parte das aldeias fica entre a Geira e o vale, embora existam, também, núcleos populacionais mais encaixados na montanha. No concelho de Terras de Bouro a população distingue entre os de cima e os de baixo, conforme a posição da aldeia relativamente à Geira. Em Covide a Via Nova Romana atravessa uma extensa Veiga, separada em duas unidades pelo próprio lugar. De Covide o caminho romano sobe ligeiramente até à Veiga de S. João do Campo, quase plana, que atravessa no sentido nordeste, até alcançar de novo o Vale do Rio Homem. Para cima de Campos de Gerês, entre as milhas XXIX e XXXIV, a Geira, corre ao longo do Vale do Homem, encostada aos contrafortes ocidentais da Serra do Gerês. Do lado oposto erguem-se as vertentes escalavradas da Serra Amarela. Neste trajecto a VIA NOVA é envolvida pela Mata da Albergaria, floresta em que predomina o quercus robur, associado ao azevinho. Da Portela do Homem desce até ao Lima pelo vale retilíneo do Rio Caldo, de origem tectónica. Trajeto da VIA NOVA na Mata de Albergaria.
Trajeto da VIA NOVA na Mata de Albergaria.
Milhas Entre cada conjunto de marcos estendia-se uma milha, ou seja, uma distância que de acordo com os tratados clássicos seria de 1000 passos. A cada mil passos correspondem 1485 metros. Todavia, conforme se verificou em sucessivas prospeções, a distância entre os marcos é variável, mesmo num trajeto tão curto como o que vai de Santa Cruz à Portela do Homem. Por vezes, a distância alcança cerca de 1600 metros ou mesmo mais. Ao longo de cada milha, o viajante, outrora como hoje, depara-se com uma paisagem quase sempre distinta e com sucessivos elementos que lhe despertam a atenção: uma calçada, uma passagem a vau sobre uma ribeira, uma antiga pedreira, etc. Deste modo, pode afirmar-se que cada milha, pelo menos nos concelhos de Braga, Amares, Terras de Bouro e Lobios, possui uma individualidade própria que as distingue das restantes. Trajeto da VIA NOVA em terra batida na zona da milha XVI (S. João da Balança).
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